Baixa velocidade e/ou inexistência de blindagem raramente são capacidades que se encontram em um avião militar de combate.
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Mas em algumas situações extremas – ou quando a necessidade surgiu -, não foram poucos os exemplos de nações que ao longo da história tiveram que se virar com o que tinham e transformar até pequenos aviões de treinamento em mortais bombardeiros. Até mesmo na era dos jatos altamente tecnológicos. Confira cinco exemplos disso a seguir.
Polikarpov Po-2
O soviético Polikarpov Po-2 voou pela primeira vez em 1927. Pequeno avião de treinamento equipado com um motor de 126 cv, podia voar no máximo a 152 km/h. Mas durante a Segunda Guerra Mundial, o simplório avião foi adaptado para a missão de bombardeio. Geralmente tripulado por aviadoras, enfrentava os caças alemães com motores dez vezes mais potentes.
Neste caso, o Po-2 transformou suas fraquezas em qualidades: era capaz de se aproximar dos alvos e lançar até 100 kg de bombas sem ser detectado. E ainda era tão lento que a sua interceptação pelos caças – muito mais velozes – era muito difícil.
Douglas AC-47D
Até mesmo os Estados Unidos têm os seus aviões de combate improváveis. Durante a Guerra do Vietnã, aviões cargueiros C-47 foram adaptados com três metralhadoras giratórias M134 Minigun – instaladas na porta de carga e nas janelas traseiras – para fornecer apoio para as forças em solo.
A ideia era oferecer um poder de fogo maior que o dos helicópteros, além da capacidade de voar por períodos bem mais longos de tempo. Algum tempo depois, o conceito foi aproveitado para a criação do AC-130, uma versão pesadamente armada do cargueiro C-130 Hercules que ainda segue em serviço.
Learjet 35
Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, a Força Aérea Argentina estabeleceu o Esquadrão Fênix. Uma unidade equipada com jatos executivos e helicópteros civis pilotados por voluntários que desempenhou uma série de missões para os militares.
Além de guiar os caças argentinos em missões de ataque e realizar missões de reconhecimento, os jatos executivos eram empregados em arriscados voos de ataque simulado, com o objetivo cansar os operadores de radar da frota britânica. Em uma dessas, um Learjet 35 foi abatido por um míssil antiaéreo Sea Dart.
Dassault Falcon 50
Além do Learjet 35, outro jato executivo que foi usado em uma missão de combate foi o francês Dassault Falcon 50. Um exemplar do avião foi modificado para o Iraque com a instalação de um radar Cyrano IV-C5 – vindo de um caça Mirage F1 – e suportes nas asas para os mísseis antinavio AM-39 Exocet.
Usado em missões de treinamento na Guerra Irã-Iraque, acabou envolvido em um incidente no qual quase afundou a fragata americana USS Stark, em 1987.
UTVA 75
Desenvolvido nos anos 1970 na antiga Iugoslávia, o UTVA 75 também foi criado como um avião de treinamento básico para aviadores militares e civis.
Durante a Guerra da Independência da Croácia, em 1991, com a falta de aviões militares próprios, os croatas adaptaram o avião capaz de voar a apenas 215 km/h para lançar bombas e foguetes contra as forças sérvias.